segunda-feira, 13 de julho de 2009

O beijo


E então ele me beijou. Por mais que eu estivesse adorando aquele momento, não podia deixar de achar um pouco estranho afinal, era a primeira vez que via o tal estranho do telefone e ainda mais estranho que isso é por esse ser o Rafael, amigo do meu irmão que eu já frequentava minha casa há tempos e que tinha falado coisas horríveis para mim quando comentei do garoto misterioso que me ligava há alguns dias. No dia do meu aniversário, ele marcou de se encontrar comigo debaixo da grande cerejeira que havia no parque próximo a minha casa às oito horas da noite. Era a primeira vez que o encontrava depois de quase um mês falando com ele apenas por telefone sem saber quem realmente estava do outro lado da linha. Mas enfim aquilo acabara. Eu enfim vi o rosto daquele garoto que me mimava, me colocava pra dormir, da voz suave e grossa falando coisas bonitas que faziam meu coração bater mais rápido. O beijo do Rafa era uma mistura de sensações e sentimentos. Ele me beijava e segurava minha cintura contra o caule da árvore como se fosse a última coisa que ele faria naquela noite e tinha um gosto de bala de menta fazendo com que deixasse uma ardência leve na minha língua me causando uma sensação maravilhosa. Nossos lábios se encaixavam em uma tamanha sincronia com uma perfeição tão aguçada que passamos quarenta e cinco minutos e na minha cabeça acabavámos de começar. Eu procurava fôlego e não achava; tentava controlar meu coração desritmado, mas não dava conta; parar de tremer então... totalmente inútil. Nunca fui fã do meu auto-controle. Ele me causava isso com uma facilidade tão grande e eu parecia uma criança em seus braços. Sim, uma criança que estava fazendo o impossível para eternizar aquele momento debaixo daquela cerejeira, com aquele menino que fazia meu coração acelerar e desacelerar ao mesmo tempo.

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